terça-feira, 1 de julho de 2008

A educação na sociedade da informação

Livro Verde aponta uma proposta inicial de ações do Programa Sociedade da Informação

A educação na sociedade da informação significa muito mais que treinar as pessoas para o uso das tecnologias de informação e comunicação, significa investir no conhecimento que permita uma atuação efetiva na produção de bens e serviços, tomar decisões, operar os novos meios e ferramentas e aplicar, criativamente, as novas mídias.
O individuo deve ser formado para “aprender a aprender”, sendo capazes de lidar com a contínua e acelerada transformação da tecnologia.
As novas tecnologias exercem uma grande atração sobre todos, de todas as classes e idades.
Essa atração pode levar a uma visão reducionista acerca do papel da educação na sociedade da informação, dando ênfase na capacitação tecnológica tão somente. Pensar a educação na sociedade da informação exige considerar vários outros aspectos, como o papel que as tecnologias desempenham na construção de uma sociedade que tenha a inclusão e a justiça social, pressupondo a formação para a cidadania e para a democratização dos processos sociais. As tecnologias de informação e comunicação devem ser utilizadas para integrar a escola com a comunidade.
Formar um cidadão não significa “preparar o consumidor”, mas capacitar as pessoas para tomar decisões e para a escolha informada acerca de todos os aspectos na vida em sociedade, o que exige acesso à informação e ao conhecimento.
O uso de tecnologias de informação e comunicação em educação enfrenta um grande desafio: a implantação de uma infra-estrutura adequada em escolas e outras instituições de ensino. Computadores, dispositivos especiais e software educacional, conectividade em rede e viabilização da internet são necessários, mas do ponto de vista econômico, pouco atraente.. O problema fundamental em relação à implantação dessas tecnologias nos países em desenvolvimento é essencialmente o custo, tanto na implantação, quanto na manutenção. Os preços de equipamentos, software e telecomunicações nesses países são muito mais altos do que nos países avançados, além de não haver tradição de envolvimento do setor privado em suporte a causas educacionais e/ou sociais.
O impacto fundamental de tecnologias de informação e comunicação na educação foi ocasionado pelo advento de computadores e sua grande multiplicação nas capacidades de processamento numérico e de processamento simbólico/lógico, além de amplificar o impacto de computadores em duas vertentes: a interação multimídia, abrindo possibilidades para interação via imagens, sons, controle e comando de ações concretas no mundo real, e a interligação de computadores e pessoas em locais distantes, abrindo novas possibilidades de relação espaço-temporal entre educadores e educandos.
As tecnologias de informação associadas à disseminação da Internet nos últimos anos fez ressurgir o interesse na Educação a Distância, como mecanismo complementar, substitutivo ou integrante do ensino presencial. Este interesse se explica pelo fato de possibilitar o aumento considerável da audiência de um curso ou palestra, tanto no tempo como no espaço e possibilita o compartilhamento de recursos de ensino entre instituições, mesmo que situadas em locais afastados entre si.
Também aumenta a oferta de oportunidades de aprendizado para estudo em casa ou no trabalho, em qualquer horário, ampliando as possibilidades de oferta de educação continuada, proporciona a individualização do processo educativo, devido à maior interatividade propiciada pela Internet e, por último, ressalta a organização do trabalho em equipe, mesmo envolvendo pessoas dispersas e trabalhando em horários distintos.
Processos de educação a distância existem, pelo menos, desde o século passado, entretanto, as iniciativas do passado não alcançaram as vantagens agora observadas.
Um dos desafios da inserção das tecnologias de informação e comunicação é a formação tecnológica. A alfabetização digital precisa ser promovida em todos os níveis de ensino, do fundamental ao superior, por meio da renovação curricular para todas as áreas de especialização, de cursos complementares e de extensão e na educação de jovens e adultos.
Ao nível de graduação e pós-graduação as tecnologias de informação e comunicação
Precisam ser especializadas nas áreas diretamente ligadas à sua aplicação: engenharia de computação, telecomunicações, ciências da informação, comunicação social, cinema e animação, entre outros.
Além do ensino superior, a aplicação de tecnologias de informação e comunicação pode ser objeto de formação desde o nível médio, sobretudo no âmbito de cursos técnicos em informática, eletrônica, etc.
Finalmente, a aplicação de tecnologias de informação e comunicação em quaisquer outras áreas (não próximas de tecnologias de informação e comunicação), tais como saúde, transportes, biologia etc., demanda a participação de profissionais dessas áreas, mas com conhecimentos aprofundados em tecnologias de informação e comunicação, que transcendem em muito o nível de alfabetização digital.
O impacto de tecnologias de informação e comunicação coloca a necessidade de um reposicionamento dos Parâmetros Curriculares Nacionais.


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